segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

EU E MEUS IRMÃOS





EU E MEUS IRMÃOS
De: Ysolda Cabral






Somos cinco irmãos. Quatro mulheres e um homem. Amo todos eles da mesma maneira e sei perfeitamente que a recíproca é verdadeira.

Com cada um deles tenho uma relação bem particular, especial e única. A caçula, Inára, meu ''favo de mel'', ''cuida de mim'' e de todos nós como se fôssemos seus filhos. Linda, meiga, elegante, sensível e inteligente... Tenta parecer forte e decidida para resolver qualquer situação que nos aflija e/ou atinja e sempre consegue. É minha leitora assídua e gosta realmente de tudo que escrevo. Ela me acha o máximo!

Já Iris, também muito inteligente, bela, elegante e valente, chora quando ler alguma poesia que componho, então procura não lê. Adora sua cachorrinha vira-lata, Linda, nos fazendo sentir um tantinho preteridos, apesar do esforço que faz para nos enganar.

Ilo, teimoso e mandão, apaixonado pelo Náutico – o qual lhe tira o pouquinho de nervos que lhe resta, - segundo o próprio - pensa mandar em todas nós e nós é que mandamos nele. Já lhe propusemos mudar de time e ele ficou uma verdadeira ‘’fera’’.

Finalmente Yara, a mais velha e não menos linda. Apaziguadora, compreensiva, diplomática, fidalga, paciente, muitíssimo inteligente e preparada... É a atenção em pessoa.

Para mim ela peca por excesso...

Eu e ela temos um quê a mais. Creio ser uma espécie de telepatia. Sempre que ela precisa de mim é só mandar o recado telepático que, num instante, chego até onde ela estiver.

Contudo, não sei se sou de grande valia e nem sei a razão dela me ''chamar''.

Por vezes vou até sua casa, sem ''chamado'', apenas para conversar, pedir um conselho, falar sobre algum projeto literário, - ela é quem corrige meus livros. Entretanto, fico a conjecturar como consegue escutar tanta bobagem. Afinal é fisioterapeuta e não psicóloga.

Chego e mal me sento já começo uma verdadeira ''ladainha'', porém ela me interrompe o tempo todo! Oferece uma cadeira mais confortável, com apoio para pernas e pés; oferece um suco – ela sabe que eu não gosto de suco!!!

Aí vou ficando irritada, - tenho pavio curto - termino por mandá-la parar com os ''salamaleques'', calar a boca e me escutar. E não é que se cala numa boa e na maior paciência do mundo passa a me ouvir!

- Meu Deus, como ela me agüenta?!

Será coisa da menopausa ou sempre fui assim?!!! (Risos)

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Publicado no Recanto das Letras em 05/12/2011
Código do texto: T3373267