quarta-feira, 30 de março de 2011

DESVENDANDO A MORTE


DESVENDANDO A MORTE

De: Ysolda Cabral



Eis que afinal te vejo assim:

Exposta, sem pudor e nua,

Num canto qualquer e só tua,

Tão indiferente pra mim!


Encaro-te sem nenhuma surpresa,

E, sem pretensão alguma, te toco.

Sinto ultrapassar o lógico,

Vendo a tua estranha beleza.


Aspiro doce perfume de flores,

Não temo a solidão da noite,

Não sinto receio de dores.


Também não há mais açoites.

E, na clareza deste momento;

És simples acontecimento.


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Publicado no Recanto das Letras em 30/03/2011

Código do texto: T2879331