sexta-feira, 11 de março de 2011

CARNAVAL EM PROSA, SEM VERSO

"PAPANGU" YSOLDA (20 ANOS) - ILUSTRAÇÃO: CYLA DALMA



CARNAVAL EM PROSA, SEM VERSO
De: Ysolda Cabral



Mais uma vez o carnaval chegou, passou e eu fiquei no “hora veja”. Se não fosse pela Internet e a TV, nem teria notícias dele!

- Mais parece praga!

Todo ano me animo para essa festa e alguma coisa acontece que me impede de participar. Este ano, por incrível que pareça, foi uma unha encravada.

- É mole?! Ainda bem que não me “descabelei”... Fiquei em casa numa boa,e, através dos meios de comunicação, acima mencionados, desfilei nas escolas de samba de São Paulo.

No Rio, fui “rainha” a desfilar com o rei e vários beija-flores de súditos.

Em Salvador saí em muitos blocos e batuquei com o Olodum para desespero do Brown, o qual queria de imediato umas aulinhas. (Rsrs)

No Recife me esbaldei no Maracatu, onde fui um misteriosíssimo “Caboclo de Lança”, mas não perdi a flor.

Claro que tudo começou no Galo da Madrugada!

Em Olinda, no bloco dos Bonecos Gigantes, minha alegria foi tanta que eles ficaram miudinhos, miudinhos... Então, aproveitei para participar do “Acorda” cujo propósito maior era acordar o Alceu. Infelizmente não consegui... Ninguém sabia por onde ele dormia e se dormia!! (Rsrs)

No Bloco das Flores desfilei, pela última vez, de Saudade e guardei definitivamente a fantasia.

Na cidade de Bezerros, fui um “papangu” extraordinário.

- Ah! Fui sim... E como fui...! Fiz muita gente dar risada...

Entretanto, na noite dos “Tambores Silenciosos”, não consegui silenciar meu coração e fui “convidada” a me retirar da cerimônia.

Indignada com o meu coração, o qual me fez passar vergonha, fui embora jurando-lhe vingança...


Publicado no Recanto das Letras em 11/03/2011
Código do texto: T2842399